Hoje estava a falar com um amigo meu quando surgiu na conversa o "Senhor do Adeus". Quem é o Senhor do Adeus?
Lembro-me quando eu era mais nova passar de carro na rotunda do Saldanha e vê-lo pela primeira vez. Gabardine clara, cabelo branco desgrenhado, dizendo-me adeus. Pensei "É louco!".
E assim sucedeu por várias vezes, até a curiosidade me vencer e perguntar ao meu pai se conhecia a história do doido. Tenho a resposta tão presente que parece que a ouvi ontem!
"Ah, o senhor do adeuzinho! Esse senhor teve a mulher muito doente durante muito tempo. Cancro, segundo me parece. Ela acabou por morrer... desde a morte dela que ele enlouqueceu... vai sempre para ali dizer adeus. Adeus à mulher que perdeu!"
Claro que o meu pai pode ter inventado tudo para criar em mim uma ideia romântica de um louco. Mas apesar disso, cada vez que vejo o senhor, hoje em dia, bate uma tristeza enorme no peito. Amar tanto assim, que a perda leva à loucura... dessa forma inexplicável, incondicional e inteira com que todos sonhamos que seja o amor...
Mesmo que seja mentira, o meu pai fez-me ver o Senhor do Adeus de uma maneira inteiramente diferente. Não que eu alguma vez ambicione enlouquecer de amor; mas de certa maneira, o Senhor do Adeus é uma espécie de esperança triste num sentimento maior que a Vida e que a Morte, que a Razão e a Loucura!
Amar é sempre um mistério. Amar um homem, até hoje só amei um, com todo o meu coração e não me arrependo. Não saberia ser de outra forma. E serei sempre assim.
Quando passarem entre o Saldanha e Picoas, em direcção ao Marquês de Pombal, olhem para a direita, porque ele vai lá estar. E acreditem ou não... acenem de volta!
"Meu coração a bater
Parece estar-me a lembrar
Que, se um dia te esquecer,
Será por ele parar."
Fernando Pessoa
Lembro-me quando eu era mais nova passar de carro na rotunda do Saldanha e vê-lo pela primeira vez. Gabardine clara, cabelo branco desgrenhado, dizendo-me adeus. Pensei "É louco!".
E assim sucedeu por várias vezes, até a curiosidade me vencer e perguntar ao meu pai se conhecia a história do doido. Tenho a resposta tão presente que parece que a ouvi ontem!
"Ah, o senhor do adeuzinho! Esse senhor teve a mulher muito doente durante muito tempo. Cancro, segundo me parece. Ela acabou por morrer... desde a morte dela que ele enlouqueceu... vai sempre para ali dizer adeus. Adeus à mulher que perdeu!"
Claro que o meu pai pode ter inventado tudo para criar em mim uma ideia romântica de um louco. Mas apesar disso, cada vez que vejo o senhor, hoje em dia, bate uma tristeza enorme no peito. Amar tanto assim, que a perda leva à loucura... dessa forma inexplicável, incondicional e inteira com que todos sonhamos que seja o amor...
Mesmo que seja mentira, o meu pai fez-me ver o Senhor do Adeus de uma maneira inteiramente diferente. Não que eu alguma vez ambicione enlouquecer de amor; mas de certa maneira, o Senhor do Adeus é uma espécie de esperança triste num sentimento maior que a Vida e que a Morte, que a Razão e a Loucura!
Amar é sempre um mistério. Amar um homem, até hoje só amei um, com todo o meu coração e não me arrependo. Não saberia ser de outra forma. E serei sempre assim.
Quando passarem entre o Saldanha e Picoas, em direcção ao Marquês de Pombal, olhem para a direita, porque ele vai lá estar. E acreditem ou não... acenem de volta!
"Meu coração a bater
Parece estar-me a lembrar
Que, se um dia te esquecer,
Será por ele parar."
Fernando Pessoa
1 comment:
Olá,
Na verdade, a estória do senhor do adeus é outra... ele decidiu de há uns anos para cá, despedir-se do maior numero de pessoas que conseguir, pois sabe que já não terá muito mais anos de vida. (li uma reportagem sobre ele algures numa revista)
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